28/03/2013

Lúcido.



Ah, lucidez.
Por que você vem assim, de modo tão inesperado.

Mostrando que tudo que eu havia sentido

Não passava de uma ilusão?

Mostrando que o amor

Havia me cegado
Com sua suave venda de doce aroma.
Lucidez, minha querida.
Permaneça ao meu lado.
Se você ficar eu faço até um café. Quem sabe um chá.
Não vá embora tão cedo.
Agora que eu sei.
Que todo aquele sentimento
Era só uma breve ilusão.
Meus olhos não enxergavam o real.
Minha boca não dizia a verdade.
Sim, agora vejo tudo de forma mais clara!
Quanto tempo eu perdi. 
O esplendor da clareza lúcida
Me deixa acordado 
Para o revérbero da vida.
Mas até quando você ficará, lucidez?
Não deixe o amor me cegar novamente.
Temo ele, dia e noite.
Pois ele me doma
E eu sou cavalo selvagem
Que vive sem rédeas 
E sem cela.
Livre, sem prisões.
Ah, lucidez.
Não se vá tão cedo.