26/03/2013

Sertão assim.


Sertão assim.
Chão árido e seco.
Zéfiro quente levanta a poeira adormecida do solo e a faz dançar em um nuvem.


Sertão assim.
A seca doí na vista e nas costas.
O sertanejo trilha cansado o ambiente quase desértico em busca de descanso.
O gado magro sobrevive, sobre a vida, de restos de xique-xique.


Sertão assim.
Casinhas de sapé abandonadas ali pelo tempo.
Serras anciãs observam solenes ao clima, esperando sua mudança. 
Cabras e bodes lhe servem como moscas.


Sertão assim.
Arbustos de mata seca em hibernação, esperando os tão aguardados tempos chuvosos.
Esperam meses, as vezes anos.
E quantos esses tempos finalmente chegam.
O Sertão, adormecido e quase morto, pela quentura.
Se envivesse e ressuscita.
O que antes era seco e mórbido.
Agora se torna vivo e sereno.


O Ser, tão assim, isolado e fastidioso.
Á espera.
Dos tempos bons.
Em que as plantas e as cigarras chiaram de alegria, e não mais de calor.