29/06/2014

o rio eufrates
mastiga calmamente 
entre suas rugas ondulantes
o sufoco 
do corpo
como se fosse o proprio
tempo

me debulho
em bolhas
de sabão
enxaguando
minhas miserias
sujas do almoço

e as algas 
abraçam meus pés
por que o oceano 
que há em mim
não tá pra peixe.

[dubio da poesia da Regina Azevedo]